Alguns podem não acreditar ou aceitar, mas existe dentro de nós uma força a nos levar além dos nossos próprios limites.
A ela damos o nome de Fé, representada pelo ânimo que sentimos a partir do momento em que passamos a acreditar na existência de um ser superior - não importa o nome que lhe deem – a nos impulsionar e acalentar novos sonhos.
Isto nos permite lembrar que é muito comum não valorizarmos ou reconhecermos o empenho daqueles que fizeram alguma coisa pelo local onde vivem e é exatamente por isso que aproveitamos o momento no qual encerramos as comemorações do centésimo decimo quarto ano de fundação da nossa cidade para prestar justa homenagem aos atletas - de todas as modalidades - que defenderam as cores da nossa bandeira.
Para tanto iniciaremos destacando as alegrias proporcionadas há poucos anos pelo Clube Atlético Penapolense que tinha como capitão Leandro Tomas Perez (43 anos) - atual dirigente da Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude da nossa cidade - e contava com o apoio dos abnegados participantes da Torcida Jovem que sempre estiveram incentivando o Pantera da Noroeste não importavam as distâncias ou a colocação que a equipe se encontrava na tabela dos campeonatos disputados.
Retornando a um passado mais distante lembrar dois dos filhos do Dr. Adelino Peters (1905/1973) - Prefeito da cidade em 1947 – quando Nicolau Abramides (1920/1994) e outros altruístas se uniram para promover a campanha que resultaria na construção do Estádio Municipal que foi batizado como Tenente Carriço (Tenentão para os mais íntimos) justo reconhecimento àquele que doou o terreno para sua construção.
Comecemos pelo Dr. Dirceu Gastão dos Santos Peters (1929/1991), pois foi ele quem despertou em nós, ainda menino de calças curtas, o desejo de ser “goal keeper” ao vê-lo praticar defesas impossíveis.
Para alguns ele foi apenas um excelente professor, brilhante advogado ou o combativo político que atuou como Vereador (1960/1968) e prefeito entre os anos de 1969 a 1973; para outros, no entanto, o extraordinário goleiro que iniciou sua carreira como guarda metas na equipe infantil do Grêmio Paulo Setúbal do Ginásio Estadual de Penápolis, hoje Escola Estadual Doutor Carlos Sampaio Filho.
Suas atuações permitiram que jogasse no Clube Atlético Penapolense e defendesse várias equipes, além de ter conquistado o título de Campeão da Noroeste (1956) como judoca da Academia de judô do Professor Masaaki Maruí (1912/1986).
Por sua vez, Luiz Carlos Peters (1932/2003) - Carlito ou Carlitão, como ficou conhecido - zagueiraço cuja carreira teve início no Clube Atlético Penapolense de onde saiu para jogar pelo Bandeirante Esporte Clube (Birigui), Associação Ferroviária de Esportes (Araraquara), Associação Atlética Portuguesa (Santos), São Paulo Futebol Clube e equipes do México onde encerrou sua carreira.
Aos nomes de Carlitão e Dirceu merecem ser destacados, também, os de Irineu Sacochi, Luiz Tonello, Lutero Arouca, Nelson Soares Monteiro, Nena (outro craque, irmão mais novo de Dirceu e Carlito), Nicio de Oliveira, Patrício Martins Munhoz e Rodolfo Peres (Manolita ou Neguito) dentre os muitos que se destacaram no futebol amador da nossa cidade.
Não podemos nos esquecer, ainda, que no ciclismo tivemos grandes nomes como Antônio Soares, Dinis Alexandrino, Ênio e Hélio Mosca, Jose Garcia, Francisco e José Altimari, José e Theodoro Ritner, Olívio Tofani, cujos exemplos foram seguidos por Aline Simões (atleta que acendeu a Pira Olímpica do 59º Jogos Regionais da 6ª Região Esportiva do Estado de São Paulo promovida pela Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude comandada pelo hoje combativo vereador Paulo Henrique Castelleone Sanches (56 anos) - carinhosamente denominado Paulinho do Esporte – e a Tricampeã Brasileira de Paratriathlon Ana Tércia Venâncio Soares - considerada um dos maiores expoentes do atletismo paralímpico brasileiro.
Poderíamos continuar lembrando atletas da “bola ao cesto” que tantas glórias nos trouxeram, do atletismo, do beisebol do Kai Kan, da natação ou do voleibol, mas o espaço disponível é muito pequeno para relembrar todos aqueles (e aquelas) que tanto fizeram pela gloria do nosso esporte.
Ainda bem que o tempo continua mantendo guardados sob cinzas os nomes daqueles que muito fizeram por nossa cidade e terão suas brasas transformadas em labaredas todas as vezes nas quais forem sopradas pela brisa suave do reconhecimento.
Serão essas chamas que nos iluminarão e farão com que pratiquemos justiça - essa coisa esquisita e difícil de ser praticada - ao lembrar nomes do penapolitanos que movidos por uma extraordinária força interior ultrapassaram os próprios limites para colocar o nome da Princesa da Noroeste no degrau mais alto do pódio.
