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OCÊ ANO

Exposição ‘Ocê Ano’ será realizada no Museu do Sol a partir de quinta-feira (6)

O tema está alinhado à iniciativa ‘Década do Oceano’, da ONU, em favor dos oceanos, e seus desafios de sustentabilidade.

Publicado em 03/06/2024 às 16:21

A exposição reúne obras do Grupo Matilha, composto por artistas e curadores de 11 cidades, de Minas Gerais, Piauí, Santa Catarina, São Paulo e do Distrito Federal (Foto: Benu Comunicação - (16) 99331-9036/Divulgação)

Um mergulho no profundo azul dos oceanos, seus mitos ancestrais, suas riquezas, e seus impasses no século 21, como a poluição de plástico, que causa impactos devastadores sobre os ecossistemas marinhos e, consequentemente, sobre o planeta. Esta é a proposta do Grupo Matilha - composto por artistas e curadores de 11 cidades, de Minas Gerais, Piauí, Santa Catarina, São Paulo e do Distrito Federal - com a exposição “Ocê Ano”, que será aberta na quinta-feira (6), às 20h, no Museu do Sol, em Penápolis (SP).

A temática da exposição - que reúne pinturas, colagens, desenhos, aquarelas, gravuras, esculturas, arte têxtil, modelagem, instalação e videoarte - está alinhada à iniciativa Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), chamada de “Década dos Oceanos”, que convoca pessoas de todo o mundo a se envolver e colaborar fora das suas comunidades tradicionais em favor dos oceanos e seus desafios de sustentabilidade.

Os oceanos do mundo (Atlântico, Pacífico, Índico, Ártico e Antártico) estão degradados por uma “poluição de plástico” composta por cerca de 171 trilhões de partículas de plástico, que totalizam cerca de 2,3 milhões de toneladas, de acordo com um novo estudo publicado na revista científica Plos One. Neste desastre ambiental, não só a vida marinha está em perigo, mas todo o planeta, que é aquecido pela poluição gerada pelos produtos químicos tóxicos na água.

Com várias técnicas e materiais como plástico bolha, lona, madeira de descarte, vidro, alumínio, guizo de vara de pesca, azulejos, tiras de tecido, entre outros, os artistas do Grupo Matilha retratam a beleza das tartarugas marinhas, do peixe-boi, da água viva, dos coloridos corais, mas também a pesca ilegal e o pedido de socorro dos oceanos.

Segundo Oscar D’Ambrosio, curador da exposição e membro do Matilha, as obras apresentadas têm como preocupação reverter o ciclo de declínio na saúde dos oceanos e criar melhores condições para concretizar o seu desenvolvimento sustentável. Ele explica que a divisão da palavra “Oceano” em “Ocê Ano” busca estimular o diálogo com os visitantes, propondo uma participação e interação do público com o artista criador e a obra proposta, ou seja, deixando de ser mero observador para se tornar uma parte integrante do processo expositivo.

“Tratar o Oceano como Ocê indica uma intimidade com um mundo de extensão de água salgada que corresponde a 97% da hidrosfera e a 71% da superfície do planeta. Nos 10 anos da ‘Década do Oceano’, mergulhar nas conotações do tema é um ato de diálogo pessoal e coletivo que conecta indivíduos, sociedade, natureza e universo”, afirma Oscar D’Ambrosio.

Além das obras individuais, o Matilha fez uma instalação coletiva que lembra os rios voadores. “Formados pelos grandes fluxos aéreos de vapor que vêm de áreas tropicais do Oceano Atlântico, conduzidos pelos ventos alísios para o continente, os rios voadores são alimentados pela umidade vinda da transpiração das árvores da Amazônia. Quando chove na floresta, a água desses rios é devolvida para a atmosfera em forma de vapor e um pouco do ‘Ocê Ano’ chove na mata”, explica Marinilda Boulay, artista do grupo.

A exposição, que poderá ser visitada até o dia 6 de setembro, conta também com artistas convidados: Bily Gibbons (um dos fundadores do Matilha), Tania de Maya Pedrosa (Maceió/AL), a artista penapolense Altamira Borges e Iracema Arditi, artista fundadora do Museu do Sol, cujo centenário de nascimento é celebrado neste ano. O catálogo apresenta ainda reflexões dos críticos de arte Sandra Makowiecky e Carlos Perktold, que integram o Grupo.

No dia da abertura, quinta-feira (6), às 13h30, a exposição receberá visita especial dos alunos do 5º ano da EE Luiz Chrisóstomo de Oliveira e, na oportunidade, a artista Marinilda Boulay ministrará a palestra “Ocê Ano: desafios para o Século 21”. Às 20h, “Ocê Ano” será aberta oficialmente no Museu do Sol, com a presença de artistas do Grupo Matilha.

“Estamos em um momento mundial de mudanças no clima do nosso planeta Terra, que abalam o nosso meio ambiente e os seres vivos que nele habitam. Precisamos reforçar a importância de pensarmos em um oceano ‘global’. Ele corresponde ao maior bioma do planeta, responsável por proporcionar segurança alimentar e regulação climática, e por 30 milhões de empregos diretos no mundo”, diz Beto Fernandes, diretor do Museu do Sol.

Para Beto, a exposição desperta a conscientização não somente na sociedade civil, nos atores privados, como também nos poderes públicos clamando por novos hábitos e políticas que levem em consideração as mudanças climáticas, no século 21, que já passou por grandes crises sanitárias (Covid-19 e Dengue) e financeiras. “Unindo nossas forças à da Matilha, buscamos a construção de um novo despertar para nosso ‘Ocê Ano’ e para o Planeta Azul”, ressalta.

Com realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e do ProAC (Programa de Ação Cultural), o projeto “Itinerância Ocê Ano”, sob curadoria de Oscar D’Ambrósio, compreende diversos formatos: produção de um curta-metragem; atividades de formação e capacitação em formato virtual; catálogo completo da exposição, com mil exemplares impressos que serão distribuídos aos museus; e lives com membros do Grupo Matilha, que compartilham com o público o processo criativo das obras e suas conexões com o conceito da exposição.

Serviço

Exposição ‘Ocê Ano’

Abertura: quinta-feira (6), às 20h

Período: 6 de junho até 6 setembro

Local: Museu do Sol - Avenida Rui Barbosa, 798 - Centro - Penápolis/SP

Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 10h30 e das 13h às 16h30. Entrada gratuita

Informações: (18) 3652-0590

Instagram: @itctotemcultural 

O Grupo Matilha

Criado em abril de 2020, durante a pandemia do Covid-19, o Grupo Matilha é composto por artistas, críticos de arte e curadores em processo. Originários de diferentes partes de nosso imenso país, os membros souberam romper o isolamento social com reuniões semanais on-line, e seguem acreditando na potência transformadora da arte e na busca de superação das adversidades. Insistindo com muita disposição em sair da banalização dos dias, criando uma história que promove a união através da arte.

Integram o Grupo 19 artistas, um coletivo, três curadores e críticos de arte de 11 cidades, de 4 Estados (Minas Gerais, Piauí, Santa Catarina e São Paulo) e do Distrito Federal. São eles: Alex Állen; Ana Maria Reis; Coletivo Ateliê Conexões: Adriano Gambim Rocha, Antonio Edson e Sergio Andrejauskas; Carlos Perktold; Cibele Pilla; Claudia Seber; Débora Amaral; Dimitri Lee; Elsa Farias; Laura Ancona Lee; Lica Cruz; Marcelo Lopes; Marinilda Boulay; Mauricio Ferreira; Oscar D’Ambrosio; Rogerio Morais Martins; Sanagê, Sandra Makowiecky e Selma Bombachini.

O Grupo Matilha, diverso, inclusivo e plural, tem a missão de estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Para tanto, busca ampliar, preservar, pesquisar e difundir suas ações, bem como promover o encontro entre públicos e arte, por meio de experiências transformadoras e acolhedoras.

Suas primeiras exposições enquanto grupo foram realizadas no Museu Municipal de Socorro/SP: “Matilha: na pegada das artes” (16 de julho a 24 de setembro de 2022) e “Ocê Ano” (25 de março a 13 de maio de 2023), sendo que esta última circulou ainda em diferentes espaços e cidades, como Embu das Artes (SP), Centro Cultural Santo Amaro (SP), Catanduva (SP) e na Escola Concept, situada na capital paulista. E, em 2024, será apresentada em Bragança Paulista (SP) e Penápolis (SP), com realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e do ProAC (Programa de Ação Cultural).

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