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Rafael do Valle fala sobre “Alerta de Risco”, novo filme da Netflix

Jessica Alba está de volta e buscará justiça com as próprias mãos em novo filme cheio de ação.

Publicado em 28/06/2024 às 11:38

Rafael do Valle (Foto: Acervo pessoal)

No mais novo filme da Netflix, “Alerta de Risco” (dir. Mouly Surya, 2024), acompanhamos Parker, uma habilidosa comandante das Forças Especiais dos Estados Unidos interpretada por Jessica Alba. Após a misteriosa morte de seu pai, herda sua propriedade. Parker retorna à sua terra natal, uma pequena cidade no deserto do estado do Novo México, para se despedir do pai e vender as terras herdadas. Como uma agente bem treinada que ela é, começa a suspeitar da morte de seu pai. Não teria sido acidente e muito menos suicídio, como sugere o xerife da cidade. Investigando um pouco mais, Parker se depara com um esquema de roubo e venda de armas do exército e suspeita que provavelmente seu pai tenha cruzado o caminho dos criminosos. Sozinha, mas muito bem armada, ela vai encarar a missão de descobrir a verdade por trás de todo esse mistério.


 Parker (Jessica Alba) fará justiça com as próprias mãos. (Foto: Divulgação/Netflix)

O filme começa com uma perseguição do deserto e uma empolgante sequência de ação, mostrando ao público que Parker não é uma militar qualquer, mas logo descamba em uma produção pretenciosa ao querer ser sério demais, inclusive abordando de forma gratuita temas como racismo e xenofobia. A receita para um bom filme de ação é simples: tem que ter tiro, porrada, explosão e um ator ou atriz que encare o desafio com muito carisma. Jessica Alba tenta, só que o roteiro não ajuda. Passa o filme todo com a mesma cara. Falta personalidade na heroína e as cenas de luta ficam a desejar. Parker, na busca pela verdade por trás da morte de seu pai, vira uma versão feminina de Chuck Norris, mas Jessica Alba não sustenta a tarefa.

Eu não sou do tipo que avalia filmes com nota ou estrelas. Nem todo filme precisa ser uma grande produção digna de Oscar. Alguns filmes valem pelo esforço. Às vezes a execução não foi boa, mas teve uma ideia interessante ali por trás. Mesmo filmes ruins podem ser bons justamente por saberem desde o começo que são ruins. É o bom e velho trash. Até porque, um filme não é feito por uma única pessoa. Centenas de pessoas estão envolvidas na produção de um longa. Desde os atores, passando pelo diretor e roteirista, maquiadores e figurinistas, até chegar na pessoa que serve o cafezinho. É um longo trabalho em conjunto para que nasça um filme e no final alguém lhe dê uma simples nota. Mas nos serviços streamings, como a dona Netflix, há uma demanda constante de lançar novos materiais. Um, dois, três filmes por semana. E nessa toada qualquer coisa serve. “Alerta de Risco” é um sintoma disso. Pegaram a Jessica Alba, que estava sumida, e a jogaram em qualquer coisa. Essa coisa qualquer foi filmada e logo disponibilizada. Em tempo, o filme tem muitas cenas de ação. Parker faz a linha justiceira e sai matando todo mundo. Se ficasse nisso, estava ótimo. Então, se você é um entusiasta de filmes de ação, dá para encarar “Alerta de Risco”. Mas, se você não quer perder seu tempo com um filme cheio de furos, melhor procurar outra coisa para assistir.

Assista ao trailer do filme:


Rafael do Valle, doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos.

📧 E-mail: rafaellopesdovalle@gmail.com


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